O Movimento Slow é um Movimento Internacional, que teve a sua gênese no Movimento Slow Food, em 1986, em Itália, e que contrariava os valores e a cultura associadas ao fast food massificado e impessoal. Essa tendência tem vindo paulatinamente a espalhar-se pela Europa e pelo Mundo, apesar da sua pouca expressão no Brasil, abarcando várias áreas de ação: alimentação, saúde, educação, turismo, preservação do patrimônio e das tradições (slow Travel, Schools, Cities, Family Living, Medicine, Slow Design, etc.). As suas manifestações inserem-se sempre numa lógica de desenvolvimento sustentável e solidário dinamizado pelas comunidades locais inseridas, e em articulação com o movimento de globalização que hoje vivemos (como complemento ou alternativa). Não é objetivo do slow movement ir contra o que tem sido conquistado até o momento presente e existe um reconhecimento das importantes virtudes do mundo ocidental nas conquistas e vitórias em batalhas pelos direitos humanos, equidade e qualidade de vida, porém, o Movimento Slow surge como a expressão de um modelo alternativo perante as dificuldades do mundo atual e do atual modelo de desenvolvimento. Essas dificuldades são bem visíveis nas assimetrias e desequilíbrios que vivemos quer no Norte, quer no Sul do mundo.
Em resumo, o Slow Movement visa promover uma utilização responsável dos Recursos Materiais que temos e uma utilização do Tempo com maior qualidade, para nós próprios, para os “nossos” (família, amigos, vizinhos) e para os outros (iniciativas de solidariedade, humanitárias, de ação social, etc.).
Os valores que o Slow Movement defende passam:
- Pela valorização de um desenvolvimento durável e sustentável ao invés de um crescimento de desgaste rápido;
- Pelo respeito pelas diferentes diversidades, biodiversidades e diversidades ambientais, locais, culturais e individuais;
- Pela proximidade e pela humanização, pelo cuidado e atenção personalizada e flexível por oposição à produção em série, à impessoalidade e desumanização;
- Pela qualidade ao invés da quantidade; em vez de mais, priorizar pelo melhor;
- Pelo respeito pelos ritmos naturais, pessoais e sociais;
- Pela conciliação e integração das diferentes áreas de vida (educação, saúde, relacionamentos, família, trabalho, lazer) numa perspectiva multidimensional e holística;
- Pelo equilíbrio e moderação entre os extremos e os excessos de forma a minimizar as assimetrias e os fundamentalismos;
- Pelo bem-estar e pela realização do potencial do indivíduo, do território e da comunidade;
- Pela valorização da simplicidade voluntária e uso responsável dos recursos materiais.
Em 2012 a Arvore Alianças Estratégicas, com gestores com experiência no associativismo, gestão e avaliação de projetos de intervenção comunitária e educação, resolveu levar à prática a filosofia do Movimento Slow no Brasil divulgando os princípios do ‘Slow Movement Brasil’.
Veja uma Conferência (em inglês) de Carl Honoré, um dos grandes divulgadores do slow movement, em:
http://www.youtube.com/watch?v=UhXiHJ8vfuk
O livro do jornalista canadense Carl Honoré, ‘In the praise of slow’, com a sua análise e abordagem integrada das diferentes áreas do movimento slow constituiu um novo e importante incentivo ao movimento slow, estando hoje traduzido em 16 línguas tornando-se um bestseller.
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