As mudanças climáticas dão seu próprio alerta. A revista ECO21, uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, abordou este assunto em sua última edição. Veja abaixo o editorial e o índice.
Editorial
A terrível passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas e o Sudeste asiático, com ventos de mais de 300 km/h é o segundo aviso dado pelas mudanças climáticas após o furacão Sandy que arrasou parte de Manhattan. Haiyan matou mais de 10 mil pessoas, Sandy foi menos mortal, mas as perdas econômicas foram além dos US$ 70 bilhões incluindo a destruição de mais de 650 mil casas. O Quarto Relatório do IPCC adverte que, ao redor de 2050, o nível do mar terá subido em grande escala inundando áreas urbanas em todos os continentes. Também chama a atenção para a força das ondas que destruirão centenas de cidades costeiras. Climatólogos da Universidade do Havaí recentemente divulgaram um artigo na revista Nature no qual antecipam que Nova Iorque e Washington serão as primeiras cidades a experimentar a dramática subida da temperatura média já em 2047, nos EUA. Camilo Mora, o cientista que dirigiu o informe afirma que mais ou menos em 2050 pelo menos 147 cidades de todo o mundo, mais da metade das estudadas, experimentarão temperaturas muito acima dos recordes históricos. Inúmeras cidades costeiras ficarão submergidas e milhões de refugiados climáticos iniciarão um êxodo para as regiões mais altas. Em 2100 a Terra terá 9 bilhões de pessoas (atualmente somos 7 bilhões), sendo esse número considerado reduzido devido às grandes mortandades que acontecerão por causa do avanço dos mares. Estados inteiros desaparecerão principalmente os localizados no Pacífico Sul e no Sudeste da Ásia. Já as terras altas, que dependem do degelo das neves de altitude, deixarão de irrigar as planícies mais abaixo. Este é o caso da Cordilheira dos Andes e dos Himalaias. Mas, de acordo com os dados dos cientistas do IPCC, entre eles os brasileiros Carlos Nobre e Paulo Artaxo, ainda há esperança se os grandes emissores adotarem medidas radicais de redução. Segundo o Relatório do Climate Accountability Institute divulgado no mês passado, apenas 90 empresas são responsáveis por dois terços (63%) das emissões de CO2 e metano provocadas pelo homem. 30% dessas emissões são de responsabilidade de 20 companhias. Uma inovadora proposta – informa o Deputado Alfredo Sirkis – é a criação de uma “moeda do clima” que permitiria a redução das emissões, ideia lançada durante o encontro “Rio Clima”, que aconteceu no mês passado no Rio. A “moeda” poderia servir para adquirir tecnologias, produtos e serviços capazes de reduzir o CO2 e gerar empregos dentro do conceito de Economia Verde. Esta ideia será levada pelo Brasil para a COP-20 (Lima, 2014) e principalmente para a COP-21, (Paris, 2015), reuniões da Convenção sobre o Clima que definirão o futuro do Protocolo de Kyoto e o destino da humanidade. Os governos e as empresas têm as soluções para evitar o desastre. Leonardo Boff, na sua sabedoria, nos adverte: “ocorre que a Terra não aguenta mais este tipo de guerra total contra ela. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe arrancamos durante um ano. O aquecimento global é a febre que denuncia estar doente e gravemente doente”.
Gaia Viverá!
RODRIGO PIZETA ESPECIALISTA EM GESTÃO AMBIENTAL:
Projetos de Gestão integrada de resíduos sólidos
Perícia ambiental
Planejamento Ambiental
Gestão Ambiental nas empresas Consultor IS0 14001
Elaboração e Gerenciamento de projetos ambientais
Especialista em Formatação de Circuitos Turísticos Autosustentáveis
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