terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ESPECIAL: Chuvas no Espírito Santo

Por Rodrigo Pizeta 31/12/2013


Há um pouco mais de quarenta anos os astronautas da Apollo 8, enquanto orbitavam a Lua, fotografaram a Terra inteira - a biosfera. As imagens da Apollo despertaram a percepção global de que a "Espaçonave Terra" era vulnerável e que sustentá-la era um imperativo ecológico. Mas houve uma segunda e importante influência de impacto global semelhante -  não uma imagem, mas um novo e deslumbrante conceito, com um título romântico. Era Gaia -  a ideia de que a biosfera da Terra se comporta como se fosse um único organismo.
Nossa espécie está agora impondo a Terra um estresse sem precedentes e que a mudança climática poderá levar a um mundo com um ecossistema bem empobrecido, quase inóspito para os seres humanos. Mais assustadora ( e mais controvertida) é a afirmação de que o ponto sem retorno já pode ter sido ultrapassado.
Nosso planeta tem quase 4,5 bilhões de anos. Mas em apenas uma minúscula fração da história da Terra - a última milionésima parte, alguns milhares de anos - os padrões de vegetação se alteraram mais rapidamente do que antes. Foi esse o sinal do início da agricultura. O ritmo de mudanças se acelerou à medida que populações humanas cresceram e se dedicaram à atividade urbana e industrial. O consumo de combustíveis fósseis causou um acúmulo absurdamente rápido de dióxido de carbono na atmosfera; o clima mudou, e o mundo começou a se aquecer.
Muitos de nós ainda esperam que nossa civilização faça uma passagem harmoniosa para um futuro com baixo teor de carbono e uma população menor - e que consigamos efetivar essa transição sem trauma nem desastre. Tal desfecho benigno, contudo, exige ação decidida dos governos, implementada com urgência; tal urgência só será atingida se campanhas sustentadas conseguirem transformar atitudes coletivas e estilos de vida.
Logo abaixo apresento imagens de uma realidade muito presente e comum aos nossos dias, o que não era para ser está cada vez mais frequente, anos atras já se falavam em aquecimento global, mas esse termo não foi e não esta sendo levado muito a sério, a humanidade buscou formas de sair do nomadismo e serem sedentários, passaram a fixar suas moradias e nada melhor estar próximo aos rios, assim facilita a pesca e a captação de água potável para beber mas, aos poucos no decorrer dos séculos o homem foi evoluindo, crescendo e buscando novas invenções, novas tecnologias que pudessem facilitar sua vida, as vilas foram crescendo, transformando em cidades, grandes cidades e essa busca genial pelas invenções, para suprir suas necessidades básicas  acabaram produzindo uma enorme quantidade de resíduos, esses resíduos passaram a se chamar lixo, um volume enorme de produção e passou a ser um grande problema para humanidade, as necessidades agora passou a ser problemas. É uma realidade, essas chuvas vindas da Amazônia provocou todo esses estrago em várias cidades do Espírito Santo cidades inteiras engolidas por águas vindas do céu, meses atras ocorreu um fenômeno incomum, mas será frequente para o futuro, uma forte rajada de vento que provocou enormes problemas na Grande Vitória, são grandes anomalias naturais que o homem apresenta pequenas soluções, é pouco, temos que avançar muito mais em políticas públicas de prevenção, no Brasil não existe uma preocupação quanto as mudanças no clima, essas imagens abaixo são reais e são provas dessa mudança, temos que olhar para o futuro, é um período que as tempestades são fortes e o homem não possui poder nenhum de conter essas forças da natureza o que devemos fazer é planejar o futuro com novas tecnologias para suportar ventos fortes, chuvas fortes e muita água vinda do céu causando um grande desespero na população, uma chuva que não parava de cair causando cada vez mais transtornos para sociedade, algumas pessoas chamam chuva de mal tempo e quanto esquenta muito pede chuva, quando vamos entender os seres humanos, os mesmos que estão degradando e destruindo a Terra, aqui no Espírito Santo vimos imagens incríveis e verdadeiro poder da natureza, filetes de Rios se transformaram em grandes Rios fortes e capazes de retirar casas dos lugar como ocorreu em algumas cidades do Interior. O homem ainda não entendeu que a força da natureza é maior do que sua engenharia e aos poucos irão ver que a natureza proporciona um grande espetáculo e que devemos cuidar da nossa Terra com mais respeito. Para o futuro o homem deve planejar pensando na força das águas respeitando seus limites e mais entender que são grandes fenômenos para fracas soluções, acredito que o Espírito Santo entendeu o recado de Deus, a casa foi dada de graça, mas desde que o homem cuide bem dela.

FONTE: INPE/CPTEC/DSA - Zona de Convergência do Atlântico Sul, são essas nuvens carregadas de umidades que trouxe toda essa chuva para o Espírito Santo, a região amazônica por está muito próxima a linha do Equador recebe muita energia dol Sol, assim aquecendo as águas e acelerando o ciclo natural da água condicionando a um período mais curto de evaporação assim com os ventos essa umidade é transportada para a Região Sudeste que encontra uma massa de Ar Atlântica e provocando chuvas fortes, devemos entender que este é o período mais quente das estações do ano, chuvas são mais que normais neste período.

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL

JACARAÍPE - SERRA - ESPÍRITO SANTO

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
SANTA TERESA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
SANTA TERESA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL

BR 101 - LINHARES - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
COLATINA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
VILA VELHA -  ESPÍRITO SANTO - BRASIL
JACARAÍPE - SERRA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
RODOVIA DO SOL - VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO BRASIL
Essa imagens não deveria acontecer, o homem cobra das autoridades soluções imediatas para seus problemas, a culpa são dessas pessoas que são capazes de jogar dentro dos canais sofás, geladeiras, fogões, lixo doméstico, guarda-roupas todo tipo de entulho. Tudo isso se encontra dentro dos canais e passam a culpar o Estado por não dar as solução, se essas pessoas no passado não haviam construído na margens dos canais onde são afluentes dos principais rios de Vila Velha isso não iria acontecer, o problema é muito maior só que a população por falta de educação, informação e conhecimento não entende que nesta região é uma área de alagamento natural, à água irá buscar seu espaço é Verão e os Rios recebem uma carga de energia de água muito grande e suas margens secas irão ser inundadas, é o período de cheia, então essas pessoas são as culpadas de todos os problemas que elas mesmas passam, o futuro é necessário buscar novas formas de planejamento urbano, entender que construir próximo a canais é errado, não se pode construir próximo aos canais, toda Vila Velha é cortada por canais que desembocam no Oceano, a população é a culpada e deve buscar soluções, o Estado como governo deve obter projetos para que soluções de infraestrutura possam ser executadas, aí sim devemos cobrar, mas se a população não colaborar todo o trabalho feito pelo Estado não terá resultados para o futuro.
Um dia na minha aula de ecologia na pós graduação perguntei ao nosso professor como devemos informar a sociedade sobre as futuras consequencias dos problemas ambientais vividas em nosso tempo?Ele respondeu: "Seja sincero e verdadeiro mesmo causando medo na população é através do medo que vamos buscar soluções para os problemas que temos."
Quando as pessoas descobrem, tarde demais, que sofrem de uma doença grave e provavelmente incurável e que podem não ter mais de seis meses de vida, a primeira reação é de choque e, em seguida, de negação, momento a partir do qual experimentam furiosamente qualquer cura em oferta ou buscam profissionais de medicina alternativa. Por fim, se forem sensatas, atingem um estado de calma aceitação. Sabem que a morte não precisa ser temida e que dela ninguém escapa. Se a doença for câncer, para muitos é possível chegar a cura e para outros infelizmente não. Os cientistas, que reconhecem a verdade sobre o estado geral da Terra, advertem seus governos da gravidade mortal ao estilo de um médico. Agora estamos vendo as respostas. Primeiro foi a negação em todos os níveis; depois, a busca desesperada para uma cura. Assim como nós, indivíduos, experimentamos remédios alternativos, nossos governos recebem muitas ofertas de empresas alternativas e seus lobistas acerca de modos sustentáveis de "salvar o planeta", e acreditem que de algum hospício verde poderá vir o conforto da esperança.
É assim que nos comportamos, se temos uma doença grave, esperamos ela consumir o corpo e a alma para buscar soluções. Essa população que sofreu as consequencias das chuvas aqui no Espírito Santo estão doentes e ainda não enxergou que é necessário mudar suas atitudes.

Ahh!! por favor, não jogue o lixo nas ruas, pode te trazer doenças graves.



RODRIGO PIZETA ESPECIALISTA EM GESTÃO AMBIENTAL: 
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Flora da amazônia tem 87 espécies ameaçadas de extinção

por Elaíze Farias, da Amazônia Real 19/12/2013

Um estudo divulgado no início deste mês pelo Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro colocou 87 exemplares da flora da Amazônia Legal na lista de espécies ameaçadas de extinção. Treze destas espécies foram classificadas como Criticamente em Perigo (CR). Outras 36 foram consideradas Em Perigo e 37 foram incluídas na categoria Vulnerável. No total, foram avaliadas 150 espécies da região.
A equipe do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNC/Flora), vinculado ao Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, disse ao portal Amazônia Real que a maior ameaça para as plantas da Amazônia é o desmatamento e a perda de seu habitat.
Segundo a publicação, intitulada Livro Vermelho da Flora do Brasil, as estimativas de extinção de espécies de plantas na Amazônia vão de 5% a 9% até o ano de 2050. A redução de habitat dessas espécies vão de 12% a 24% e 33% até o ano de 2030.
Segundo os pesquisadores, o fogo, a coleta e a extração de espécies (ornamentais, medicinais e de madeira) são ameaças que também devem ser consideradas como de alto impacto, mesmo em áreas protegidas, como é o caso das unidades de conservação. Outra preocupação é a falta de fiscalização das áreas.
O fato de a Amazônia, aparentemente, estar em situação melhor que outros biomas do país (como é o caso da Mata Atlântica e o Cerrado) pode ser explicado pela grande quantidade de áreas protegidas (38% de seu território) e pelas várias regiões de difícil acesso. Outra explicação pode ser a pouca quantidade de espécies analisadas pelos pesquisadores do CNC/Flora devido às lacunas de informação – a instituição admite que analisou uma quantidade pequena de espécies. Isso significa que o número de espécies ameaçadas na Amazônia pode ser maior.
“Uma das maiores dificuldades em avaliar as espécies amazônicas é a falta de dados. Por ser um bioma muito grande e diverso e com baixo esforço de coleta e pesquisa em geral, em muitos casos foi bastante difícil para os avaliadores fazerem estimativas e inferências sobre o real estado de conservação das espécies”, explicou a equipe do CNC/Flora, em resposta ao portal por email ao portal.


Espécies ameaçadas
O Livro Vermelho da Flora do Brasil apresenta a avaliação científica de 4.617 espécies da flora brasileira.
A Mata Atlântica e o Cerrado são os biomas com a maior quantidade de espécies em risco de desaparecer da biodiversidade, num total de 2.118 plantas da flora brasileira.
A publicação teve a colaboração de cerca de 200 especialistas brasileiros e estrangeiros. O estudo pretende contribuirão para a atualização da “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção”, que está a cargo do Ministério do Meio Ambiente.
Para a classificação do nível de ameaça, a equipe do CNC/Flora utilizou o sistema da “Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza” (UICN) – considerado método mais rigoroso que os anteriormente usados no país.
As 2.118 espécies classificadas como ameaçadas se encontram nas categorias Vulnerável (VU), Em Perigo (EN), e Criticamente em Perigo (CR). As restantes entraram nas categorias Menos Preocupante (LC), Deficiente de Dados (DD) e Quase Ameaçada (NT).
O grupo das Pteridófitas (que inclui samambaias, avencas e xaxins, por exemplo) é o mais ameaçado, enquanto o das Briófitas (musgos, entre outros) é proporcionalmente o menos ameaçado. O estudo apontou ainda que a família das bromélias (Bromeliaceae) apresenta o maior número de espécies consideradas “Criticamente em perigo” (CR), seguida das famílias Orchidaceae (orquídeas) e Asteraceae (de que fazem parte, por exemplo, girassóis e margaridas).
A família Asteraceae abriga a maior quantidade de espécies consideradas “Em perigo” (EN), seguida de Bromeliaceae e Orchidaceae. Esta última é também a família com o maior número de espécies consideradas “Vulneráveis” (VU), seguida de Asteraceae e Fabaceae (plantas que dão vagens). Em números absolutos, o gênero Begonia (Begoniaceae) é o que tem mais espécies ameaçadas, no total de 36. Em segundo lugar vem o gênero de bromélias Vriesea, com 35, e o gênero Xyris (Xyridaceae), com 27 espécies ameaçadas.
Número de espécies (150 no total) avaliadas por Estado que fazem parte do bioma Amazônia:
Pará – 43
Amazonas – 35
Mato Grosso – 22
Maranhão – 20
Acre – 17
Amapá – 9
Roraima – 8
Tocantins – 6

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Cuidar da água é um dever energético do Brasil

por Mario Osava, da IPS 20/12/2013
O rio Paraná, reduzido pela barreira de concreto da represa do complexo hidrelétrico binacional de Itaipu. Foto: Mario Soares/IPS


Foz do Iguaçu, Brasil, 20/12/2013 – A construção de grandes centrais hidrelétricas no Brasil coloca governo e empresas em numerosas escaramuças com ambientalistas, indígenas e movimentos sociais. Mas a geradora binacional de Itaipu é uma exceção, onde se pratica a colaboração. Com um conjunto de 65 ações ambientais, sociais e produtivas, o programa Cultivando Água Boa (CAB) é dirigido e apoiado por ativistas. Setores governamentais estudam usá-lo como modelo em outros grandes projetos de infraestrutura, para mitigar impactos e conflitos.
Comparado com o que ocorre nas demais hidrelétricas, “é um avanço”, reconhece Robson Formica, coordenador do Movimento de Afetados por Represas (MAB) no Estado do Paraná, em cujo extremo oeste fica a gigantesca usina energética. A Itaipu Binacional, empresa que opera a hidrelétrica compartilhada por Brasil e Paraguai, decidiu garantir a geração elétrica eficiente no longo prazo, cuidando da baía do rio Paraná para assegurar água em quantidade e com qualidade.
Isso facilita convergências com o ambientalismo. Mais de 80% da eletricidade do Brasil provém dos rios, por isso sua segurança energética depende das chuvas e do melhor aproveitamento possível de suas águas. O CAB de Itaipu foi lançado em 2003, duas décadas após ser enchida a represa de 1.350 quilômetros quadrados (que expulsou milhares de famílias camponesas e indígenas da área) e quando a empresa havia se consolidado como a maior geradora mundial de eletricidade.
Para Formica, essas ações são “importantes, mas limitadas e isoladas”. Além disso, “não estabelecem uma política de desenvolvimento local, nem uma mudança estrutural no território”, ponderou o dirigente do MAB, forte crítico das hidrelétricas e que estima em um milhão as pessoas deslocadas por causa delas no Brasil.
A demanda de que a empresa assuma funções que cabem ao Estado ganhou força diante da proliferação de megaprojetos que transtornam de forma abrupta extensos hábitats. Além disso, leis ambientais tentam impor-lhes o pagamento de compensações, que costumam cobrir omissões dos serviços a cargo do Estado.
No caso de Itaipu, essa exigência se justifica particularmente. Trata-se de uma empresa singular, duplamente estatal e com faturamento de US$ 3,797 bilhões em 2012. Seus domínios, em terras e águas fronteiriças do Brasil e do Paraguai, contêm a gigantesca usina, sua represa, 104 mil hectares de conservação ambiental, a Universidade de Integração Latino-Americana e o Parque Tecnológico de Itaipu.
O programa CAB se estende por toda a bacia do Paraná 3, a área brasileira ao longo dos 170 quilômetros da represa. Inclui 29 municípios, com superfície de 8.339 quilômetros quadrados e um milhão de habitantes. Suas 65 ações incluem desde assistência a indígenas, aquicultura, plantas medicinais e biogás até educação ambiental, em uma aparente dispersão que um eixo central, cuidar da água, interliga em um conjunto concertado.
Dessa forma, no desenvolvimento rural sustentável a prioridade é a agricultura orgânica, para reduzir os pesticidas que contaminam a represa. “Começamos com 186 famílias, hoje são 1.180” as participantes e há cerca de duas mil hortas orgânicas, detalhou Nelton Friedrich, diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu. Também foi criada a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, para proteger os rios dos dejetos de animais. Ao convertê-los em biogás, com o qual gera eletricidade, cria-se outra fonte de renda para os agricultores e evita-se a contaminação das águas.
A bacia, na qual predomina a agricultura familiar, com 26 mil minifúndios, concentra milhões de porcos, aves e bovinos. Seus excrementos, se acumulados na represa, provocariam um excesso de nutrientes, e a consequente proliferação de plantas aquáticas, que, ao apodrecerem, retirariam oxigênio das águas. É o fenômeno da eutrofização, explicou Cícero Bley, superintendente de Energias Renováveis de Itaipu. “A contaminação por resíduos orgânicos é mais comum do que a de agrotóxicos” e em alguns casos obriga que seja feita limpeza permanente nas represas, acrescentou.
A renovação da água na represa demora cerca de 30 dias, o que agrava a preocupação. No rio Madeira, no Estado de Rondônia, onde acabam de entrar em operação as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, bastam dois ou três dias, comparou Domingo Fernandez, pesquisador responsável de fauna itícola em Itaipu. Por isso, o saneamento e o reflorestamento de sua margem são necessidades evidentes para manter produtiva a água da bacia. Dentro do programa CAB foram plantadas mais de 24 milhões de árvores ao redor da represa.
As iniciativas seguem uma metodologia que também é fundamental e que ampliou a atuação para toda a bacia afetada, “porque a natureza se organiza por bacias”, destacou Friedrich. O modelo se fundamenta na responsabilidade compartilhada, envolvendo todos os atores locais, desde órgãos públicos e privados até a sociedade civil e as universidades, e na participação comunitária, em uma espécie de “democracia direta”.
Para isso foram formados comitês gestores nos 29 municípios, que incluem, em média, 57 representantes de variados setores, após numerosas reuniões de sensibilização e discussão dos problemas. Os chamados Pactos das Águas, que são compromissos comunitários assinados com cerimônia, impulsionam o desenho e a execução coletiva de planos e projetos.
Essas iniciativas traçam um bom caminho, mas estão longe de redimir a dívida social de Itaipu, segundo Aluizio Palmar, fundador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular e ex-secretário de Meio Ambiente e Comunicação de Foz do Iguaçu, município brasileiro onde está instalada a hidrelétrica binacional.
A construção do megaprojeto, entre 1975 e 1983, deslocou famílias camponesas, que muitas vezes careciam de títulos de propriedade para obter indenizações, e multiplicou as favelas e os índices de violência em Foz do Iguaçu, recordou Palmar. As compensações financeiras beneficiam principalmente as prefeituras, que as usam em sedes de luxo e atrações turísticas e quase nada destinam para atender as necessidades da população, lamentou.
De todo modo, o quadro de Itaipu contrasta com o de outras bacias brasileiras, especialmente a do rio São Francisco, cuja revitalização é um clamor nacional e que conta com um incipiente programa, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Cinco grandes hidrelétricas, com potência conjunta de 10.827 megawatts (77% de Itaipu), aproveitam suas cada dia mais escassas águas no interior do nordeste brasileiro.

Seu maior trecho cruza esta região semiárida e, além das secas, o São Francisco sofre sedimentação e contaminação por atividades humanas, como o desmatamento de suas margens, lançamento de esgoto urbano não tratado e vários projetos agrícolas irrigados com suas águas.

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ESPECIAL: Acidificação dos oceanos é tema crescente de pesquisas no Brasil

por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil 20/12/2013
Foto: GOA-ON/NOAA; Carbon Wave Glider/NOAA

Diminuição do pH dos oceanos certamente terá consequências significativas sobre os ecossistemas marinhos, assim, pesquisadores buscam ampliar pesquisas e ferramentas para compreendê-las.
Os esforços para monitorar as mudanças na química dos oceanos, especialmente a acidificação – quando o pH da água cai devido à maior absorção do dióxido de carbono da atmosfera –, e o seu impacto sobre os ecossistemas marinhos estão crescendo ao redor do mundo, apesar do grande empenho necessário para tais estudos.
Desde o início da revolução industrial, o oceano absorveu cerca de um terço do dióxido de carbono (CO2) emitido pelas atividades humanas. Ou seja, sem ele, a quantidade do gás na atmosfera seria ainda maior e as consequências das mudanças climáticas, mais marcantes. Mas essa absorção tem efeitos nas propriedades químicas do oceano, entre os quais está a acidificação.
O pH atual do oceano é, em média, de 8,1, ou 0,1 a menos do que o valor estimado pré-industrial. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) explica que uma mudança de 0,1 no pH pode não parecer muito, mas, como a escala do pH é alogarítmica, tal alteração equivale a um aumento de 30% na acidez.
No ritmo atual, projeções indicam que o pH pode alcançar 7,8 até o final do século, o equivalente a um aumento de 150% na acidez do oceano, nota a AIEA, completando que os ecossistemas marinhos não passam por isso há milhões de anos, e que a alteração está ocorrendo dez vezes mais rápido do que os eventos registrados no passado geológico.
Quais as consequências disso para os ecossistemas marinhos?
Para compreender como a acidificação funciona nos ecossistemas costeiros e no oceano aberto e também os principais causadores da queda no pH e seus impactos sobre a vida marinha, é preciso atividades multidisciplinares de observação e modelagem.
Fazer mensurações e tratar os dados é apenas o primeiro passo, já extremamente trabalhoso. Um sistema estruturado para juntar essas informações e garantir a sua qualidade e comparabilidade, permitindo a geração de conhecimento, é outro desafio ainda maior.
Dada essa complexidade, é preciso que as atividades de pesquisa sejam coordenadas entre os países, notou Libby Jewett, diretora do Programa de Acidificação Oceânica da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), durante o III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras.
A NOAA, em conjunto com diversas agências internacionais, formou, em meados de 2012, a Global Ocean Acidification Observing Network (GOA-ON; a imagem acima mostra as estações de medição), visando juntar em uma rede as observações sobre acidificação que estão sendo realizadas ao redor do mundo por diversos grupos e projetos.
Mas ainda há muitas partes do mundo que não são observadas, ressaltou Jewett.
Da sua parte, a NOAA possui dezenas de estações para a mensuração de parâmetros químicos, físicos e biológicos do oceano, incluindo o pH e o CO2 dissolvido. Novas tecnologias também estão sendo desenvolvidas pela agência, como o ‘Carbon Wave Glider (Veja no Youtube)’. O equipamento permite operações de longa duração autônomas devido à propulsão ilimitada fornecida pela energia das ondas e pelo uso de painéis solares para recarregar as baterias.
Em uma de suas áreas de atuação, a NOAA vem dando apoio a criadores de ostras, no noroeste dos Estados Unidos, que já estão sofrendo com a acidificação do Oceano Pacífico e tiveram que se adaptar. Eles precisam tratar a água utilizada nos cultivos para manter a química favorável aos animais.
Elizabeth Brunner e George Waldbusser, da Universidade Estadual do Oregon, constataram que, nas águas sem o tratamento prévio na região, as larvas das ostras parecem formar bem a concha, mas posteriormente apresentam deficiências que as levam a morte.
Em seu portal sobre acidificação dos oceanos, a NOAA disponibiliza dados e informações sobre as estações de observação e outras pesquisas
Efeitos biológicos
A concentração de CO2, íons de hidrogênio e bicarbonato está aumentando no oceano, e a quantidade de íons carbonato está caindo. Essas mudanças na química do carbonato e no pH forçam os organismos marinhos a gastar mais energia regulando quimicamente suas células, explica a AIEA.
Para alguns organismos, isso pode consumir energia que deveria ser usada em outros processos biológicos, como crescimento, reprodução e resposta a outras fontes de estresse.
Muitos organismos que formam conchas são sensíveis a mudanças no pH e carbonato, como os corais, bivalves (ostras, mariscos, mexilhões) e algumas espécies de fitoplâncton – que são a base da cadeia alimentar marinha.
Certamente, os impactos biológicos da acidificação irão variar dependendo do organismo. Nem todos os tipos de vida serão extintos com a acidificação, mas certamente mudanças enormes ocorrerão.
Áreas particularmente vulneráveis incluem regiões de ressurgência (água fria e com pH baixo), os mares próximos aos polos (temperaturas baixas favorecem a absorção de CO2) e regiões de estuários, que recebem descargas frequentes de água doce, segundo a AIEA.
Para conhecer em mais detalhes os efeitos da acidificação sobre a biologia dos seres marinhos, muitas pesquisas vem sendo desenvolvidas, assumindo uma escala menos generalista, focando em processo controladores do sistema carbonático e na fisiologia dos organismos, especialmente nos últimos anos.
Ruy Kikuchi, pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), comentou que, até 2009, apenas cerca de duas dúzias de estudos haviam sido elaborados e que, desde então, este número quadruplicou. As pesquisas são realizadas in situ, mas também em ambientes controlados.
Ele afirma que, por exemplo, no caso das algas coralináceas, os estudos sempre apontam para uma diminuição face à acidificação.
Mussismilia braziliensis. Foto: Amanda Ercília

Na UFBA, Kikuchi participou de pesquisas realizadas para avaliar o efeito do aumento da temperatura do mar sobre o crescimento de corais construtores de recifes. Usando a espécie endêmica Mussismilia braziliensis (ao lado), um grupo do Laboratório de Estudos em Recifes de Corais (RECOR) concluiu que o coral apresenta alta sensibilidade ao estresse térmico, ou seja, é vulnerável ao aumento da temperatura.
Em um levantamento mais amplo sobre de branqueamento de corais – causado pelo aumento da temperatura –, o RECOR constatou que, no Brasil, há registros do fenômeno desde o verão de 1993/1994, desde a costa nordeste até São Paulo.
Na costa leste do país, levantamentos desde 2000 indicam que o branqueamento está ligado ao aumento da temperatura. No verão de 2009/2010, as anomalias térmicas alcançaram 1ºC e foi registrado branqueamento em até 40% dos recifes de coral, que, por enquanto, parecem estar se recuperando dos eventos extremos.
No caso das algas, pesquisas que vêm sendo desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina têm constatado indícios de uma ‘tropicalização’ dos ambientes marinhos, ou uma ampliação da distribuição de táxons tropicais para áreas mais ao sul.
Paulo Horta, do Laboratório de Ficologia da UFSC, explicou que existem nítidas diferenças oceanográficas ao longo do litoral brasileiro, relacionadas às variações de temperatura e dos impactos ambientais.
A flora marinha brasileira é distribuída em duas grandes regiões, tropical e temperada quente ou subtropical. Entretanto, em suas pesquisas, Horta constatou que existem forças novas, e alterações estão sendo observadas ao longo da América do Sul.
“Há um aumento da riqueza de algas vermelhas em relação ao observado há 30 anos. E recentemente percebemos a chegada de algas que só ocorriam no Nordeste, notamos uma ‘tropicalização’ da região sul do Brasil”, comentou.
Ele sugere que a intensificação das correntes marítimas pode estar aumentando a conectividade entre os sistemas costeiros e oceânicos.
No grupo de Ficologia da UFSC, Horta e seus alunos também estão avaliando o sinergismo dos fatores ligados ao aquecimento global e de outros impactos humanos sobre os ecossistemas costeiros e, consequentemente, as algas.
Em um estudo com as macroalgas Lithothamnion e Sonderophycus, o grupo constatou que o maior aporte de nutrientes, associado ao aquecimento e acidificação do meio, comprometeu o desempenho fisiológico das algas.

Integração
Em nosso país, esforços liderados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande – FURG culminaram com a criação em dezembro de 2012 do Grupo de Pesquisa Brasileiro em Acidificação dos Oceanos (BrOA). Hoje o grupo é formado por sete instituições e 29 pesquisadores, estando inserido no CNPq.
O objetivo do BrOA em curto prazo é integrar os pesquisadores brasileiros em uma ampla rede nacional de cooperação interdisciplinar em estudos de acidificação, além de contribuir com os programas internacionais em curso. O grupo atua em ambientes distintos ao longo da costa brasileira, desde ecossistemas costeiros e estuarinos até o regime oceânico de águas abertas.
Rodrigo Kerr, da FURG, comentou que o 1º workshop brasileiro do BrOA deve ser realizado na segunda metade de 2014.
A coordenadora do BrOA, Letícia Cunha, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), afirmou que ainda não é possível saber se a zona costeira brasileira atua como um sumidouro ou emite CO2.
Ela explicou que isso se deve à heterogeneidade da região, onde o sistema do CO2 é muito regulado pela biogeoquímica e os parâmetros variam muito diariamente e sazonalmente. Além disso, há escassez de dados, muitas vezes esparsos e com resolução insuficiente.
Ela sugeriu que o problema seja atacado regionalmente devido a esta heterogeneidade e citou um exemplo do estuário da Joatinga (Barra da tijuca, RJ), que em 13 horas teve uma variação de pH entre 9 e 6,5.
Segundo Cunha, as análises mais recentes de fluxos globais de CO2 indicam que no sudoeste do Oceano Atlântico há um gradiente crescente sul-norte de fluxos de CO2 mar-atmosfera, e que na região 25ºS-23ºS ocorre uma mudança de “sumidouro” para “fonte” de CO2 para a atmosfera (Takahashi et al. 2009).
No caso da plataforma continental, Cunha também ressaltou que os dados são insuficientes e muito variáveis. Assim, a pesquisadora enfatiza a necessidade de observações em longo prazo e da integração e disponibilização dos dados de observatórios regionais – lembrando que o SIMCosta é um ótimo começo.
Dentro do BrOA, o Programa PIRATA (Prediction Research Moored Array in the Tropical Atlantic), uma cooperação entre pesquisadores brasileiros, norte-americanos e franceses, estuda interações entre o Oceano Atlântico tropical e a atmosfera.
Dezoito boias foram dispostas desde meados da década de 1990 na região. Além disso, cruzeiros foram realizados para mensuração dos parâmetros do oceano e, a partir de janeiro, o navio Antares, da frota brasileira, iniciará medições.
Moacyr Araújo, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, um dos pesquisadores que fazem parte do PIRATA, informou que uma ideia que está sendo viabilizada é usar as ilhas oceânicas como observatórios naturais, a exemplo do Atol das Rocas, Fernando de Noronha e São Pedro São Paulo. Em Noronha, ele comentou que há planos de instalar um sensor de CO2 em breve.
Araújo também participa de um grupo de pesquisadores que está há quatro anos reunindo a chamada ‘literatura cinzenta’, de mestrados e doutorados, uma “mineração” de dados, segundo ele.
Outro projeto importante que ele contribui é o INCT-AmbTropic, que visa investigar os processos, dinâmica e funcionamento da zona costeira, plataforma continental e oceano, incluindo a pluma do Rio Amazonas.
Navio oceanográfico na Antártica. Foto: GOAL


No outro extremo do país, na FURG, oGrupo Oceanografia em Altas Latitudes (GOAL) também faz parte do BrOA e vem desenvolvendo pesquisas, entre outras, sobre a variabilidade espacial e temporal dos fluxos líquidos de CO2 (FCO2) na Península Antártica, na quebra da plataforma continental da Patagônia Argentina e na margem continental do Atlântico subtropical brasileiro.
Apesar da alta variabilidade na distribuição do FCO2 devido às complexas interações entre processos biogeoquímicos e físicos, os estudos indicam que o carbono antropogênico está presente na interface ar-mar. Contudo, Rosane Ito, coordenadora do Laboratório CO2 Marinho, lembra que é preciso mais pesquisas.
Ela lembrou mais uma vez a expectativa que o SIMCosta – elaborado para fazer mensurações de propriedades físicas, meteorológicas e biogeoquímicas ao longo da zona costeira – venha suprir a ausência de dados de pH na costa brasileira. Outros projetos também estão sendo aprovados, completou.

RODRIGO PIZETA ESPECIALISTA EM GESTÃO AMBIENTAL: 
Projetos de Gestão integrada de resíduos sólidos
Perícia ambiental
Planejamento Ambiental
Gestão Ambiental nas empresas Consultor IS0 14001
Elaboração e Gerenciamento de projetos ambientais
Especialista em Formatação de Circuitos Turísticos Autosustentáveis 
+ 55 (27) 99944 - 8003/ arvore.ae@gmail.com




quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Um pouco de reflexão






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