quinta-feira, 11 de julho de 2013

SLOW TRAVEL - DEVAGAR SE VAI MELHOR

A pressa é inimiga da viagem perfeita
Apareça às 7 horas da manhã para tomar café em qualquer hotel turístico das capitais do Nordeste, e você vai encontrar o salão tomado. Todos ali estão de férias, mas talvez tenham acordado ainda mais cedo do que acordariam nas cidades onde moram. Antes das 8, um ônibus passará para levar os grupos em passeios a praias distantes – que chegam a consumir duas horas de viagem para ir, mais duas para voltar. Essa rotina cansativa se repetirá pelos seis ou sete dias que durar o pacote. Não é por acaso que, ao voltar, tanta gente ache que precisa tirar férias para descansar das férias.


A ideia de “aproveitar a viagem” normalmente significa não ficar parado um só instante. É preciso ver, bater ponto, “conhecer”. Fora do Brasil, isso fica ainda mais cansativo. Usamos todas as forças que nos restam para negar a diferença de fuso horário. “Eu não vou dormir em dólar” é a frase mais usada. Todo lugar turístico tem suas “atrações”, e ai de quem deixar uma que seja para trás. É como “ir a Roma e não ver o papa” – o bordão mais usado do mundo das viagens. Precisa ser assim? Claro que não. 
Alugue em vez de hospedar-se. Graças à internet, está cada vez mais fácil alugar apartamentos em grandes cidades e casas no campo por temporada. Quem aluga fica mais tempo e se integra melhor ao lugar que está visitando. Sem falar que os preços são supervantajosos. 
Inspirado no slow food, o movimento prega que a pressa é a maior inimiga das viagens perfeitas
Leia o jornal local. Não há maneira mais intensa de viver o momento longe de casa que compartilhar do que é importante para os moradores do lugar. Mesmo que você não domine o idioma, descobrirá coisas que darão ainda mais significado a sua estada.
Não seja escravo do cartão-postal. Palavra de quem já foi algumas vezes a Roma e nunca viu o papa: não perca o sono, nem cabule refeições, nem se submeta a várias filas por dia só para encaixar o máximo de monumentos e museus em seu dia. Pouquíssimos serão tão inesquecíveis quanto aquele almoço fabuloso que você queria que não acabasse nunca.
Troque o pinga-pinga por bases de exploração.  Em vez de programar aquela viagem comprida com um pernoite em cada lugar, divida sua viagem em duas ou três bases. A partir de cada uma delas você poderá fazer pequenas viagens de um dia só, sem bagagem. São passeios para ter na manga – e só fazer se realmente sobrar tempo.
Tire um dia para se perder. Reserve um dia para passear sem guia de viagem. Nesse dia, você vai usar o que já aprendeu e seguir sua intuição. Garanto que, devagar, devagarzinho, é nesse dia que você vai fazer as melhores descobertas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário